Nos últimos anos houve uma expansão das Constelações Familiares por todo o mundo, especialmente no Brasil. Eu vivo e estudo este tema desde 2013, tive a oportunidade de conhecer Bert e Sophie Hellinger em seminários e fiz centenas de atendimentos.
Quando falo que trabalho com Constelação para alguém, a pessoa abre um sorriso, o olho brilha e se enche de interesse em saber mais. Querem saber do que se trata, quais são as leis, no que poderia ajudar nas suas vidas, como funciona na prática…?
Se estas são suas dúvidas também, leia este texto. Trouxe de forma simples e clara minha visão sobre o mundo sistêmico.
1. O que a Constelação Familiar NÃO É
Não tem nada a ver com as estrelas, nem com astrologia
Não tem relação com espiritismo, nem qualquer outra religião
Não é teatro, nem psicodrama
Não é algo inventado ou criado, é uma constatação de fatos.
2. O Freud da atualidade
É assim que minha professora, Claudia Boatti, descreve Bert Hellinger, dizendo que ele trouxe uma contribuição gigantesca para os campos da consciência assim como Freud fez em sua época.
Tão inovadora que é difícil de assimilar num primeiro momento, mas conforme você vai percebendo como isso acontece na sua vida vai ficando cada vez mais claro.
3. As Leis nas Relações
Bert Hellinger percebeu que existem três leis principais que regem as relações humanas, numa consciência de primeiro plano.
Ordem:
Todo sistema familiar tem uma ordem, onde quem veio antes tem precedência. Nossos avós vieram antes que nossos pais, e nossos pais vieram antes de nós.
Quem vem antes, trilha um caminho com mais pedras e desafios maiores, já quem vem depois passa por caminhos mais suaves, e portanto somos menores em relação às gerações anteriores.
Quando esta ordem é quebrada, há um grande impacto no sistema (na família). Por exemplo, quando acho que minha mãe não está certa, que ela deveria agir da forma que eu acho que é melhor para ela, estou saindo do meu lugar e entrando no lugar da minha avó- mãe dela. Porém eu não tenho nem metade da força da minha avó, há muito esforço neste lugar.
Isso é muito pesado. É comum gerar dores, doenças e dificuldades nas relações.
É muito importante reconhecer qual é o seu lugar na família e ocupar este lugar, assim libera os outros para que ocupem seus lugares também. Desta forma as relações passam a ser mais harmoniosas e mais leves.
Pertencimento:
Todas pessoas que fazem parte do nosso sistema familiar precisam de um lugar. Quando excluímos alguém, provavelmente outra pessoa vai viver sua vida sob o prisma da outra pessoa que foi excluída.
É muito comum bebês que sofrem aborto- independente se foi espontâneo ou provocado- eles são excluídos como se nem tivessem existido. Posteriormente um irmão nasce e vive sua vida toda falando: “Ninguém me vê, não sou reconhecido”. Este irmão está vivendo sua vida sob o prisma do outro que morreu e não foi lembrado.
Ou quando os pais se separaram, por vezes acabam excluindo o parceiro anterior, falando que ele não é bom, que não presta, e a criança sofre graves consequências. E muito provavelmente vai manifestar atitudes que são rejeitadas. Se o pai era agressivo/irritado, a criança vai se tornar agressiva/irritada.
Trouxe aqui alguns exemplos, mas saiba que tem outros formas de exclusão.
Tudo isso vem à tona ficar claro o que foi excluído e agora temos a oportunidade de acolher, dando um bom lugar no coração.
Equilíbrio
O “dar e receber” devem estar em equilíbrio nas relações humanas, entre parceiros, amigos, colegas.
Quando uma pessoa entrega demais, sabe aquele amigo que só quer dar e não sabe receber? Isso tende a enfraquecer a relação.
Ou quando o contrário acontece, alguém que só quer receber o tempo todo, e não está disposta a contribuir.
Neste casos as relações ficam frágeis. Ao contrário, quando existe equilíbrio entre o dar e o receber, as relações se fortalecem, as amizades aprofundam e os negócios tendem a crescer.
Importante enfatizar que estas leis não existem porque Bert Hellinger falou; elas já existiam, mas foram identificadas por ele. Assim como Isaac Newton descreveu a Lei da Gravidade, que já exercia influência sobre nós, ele apenas a identificou e deu um nome.
Mesmo que nós não saibamos que elas existam, elas estão o tempo todo nos influenciando.
Agora, tomando consciência delas, podemos atuar de uma nova maneira na Vida.
4. Como a Constelação pode me ajudar?
Só saber um pouco de teoria não muda muito a maneira de olhar a vida.
Mais do que conceitos intelectuais, percebemos na prática:
como olhamos para as pessoas
qual é nossa postura interna
qual “lugar” estamos ocupando
quem estamos excluindo
Como fazemos isso?
Através do campo morfogenético descrito por Rupert Sheldrake.
O nome é estranho mas a prática é simples, usamos pessoas para representar o campo da sua família, ou seja, se pegarmos uma pessoa na rua aleatória e pedirmos para ela representar a sua mãe, e outra para te representar, elas vão ter comportamentos como os seus.
É bom para nós observarmos de fora o que acontece, já que normalmente não notaríamos de outra forma.
As representações são como “fotos da alma”, mostram aquilo que estava escondido de nossos olhos, mas que internamente está muito presente.
Na prática, fazemos isso em grupo no qual algumas pessoas se disponibilizam para representar as pessoas da família ou na constelação individual temos muitas outras ferramentas de observação que geram mudanças.
Não que a mudança precise acontecer, simplesmente nos damos conta da verdade, e é como se virasse uma chavinha internamente e passamos a agir de outra maneira.
Pode ser que seja imediato, ou aos poucos.
A terapia sistêmica é uma forma de atuação onde em consultas regulares podemos observar os aspectos da vida a partir do olhar das constelações familiares e assim acordar novas formas de percepção diante daquelas situações. Vivendo o dia a dia com novas perspectivas.
Vejo a constelação como uma gota de água que cai no lago calmo e gera onda circular por todos os lados, aos poucos aquela onda vai chegando nas bordas e tocando em vários pontos, em áreas da vida que nem imaginávamos. Quando percebemos já estamos agindo de um novo jeito.
Quando procuro um profissional para fazer constelação?
Pode ser que você tenha um TEMA principal, uma questão que esteja te incomodando muito neste momento de vida como:
problemas no relacionamento conjugal,
não sabe qual caminho seguir no trabalho,
não se sente bem onde está,
acha que sempre vai faltar dinheiro,
dificuldade de encontrar ou se abrir para um relacionamento,
está sentindo dor ou passando por uma doença,
acha que as pessoas ao redor deveriam ser diferentes,
dificuldade de relacionamento com familiares ou colegas de trabalho,
sensação de vazio ou de falta,
quando tem uma situação que se repete na sua vida ou na sua família,
etc, etc, etc…
Você pode fazer uma constelação pontualmente olhando para isso.
Ou pode ser que tenham vários pequenos pontos na sua vida que você queira olhar, e realmente se abrir para uma nova consciência, para estar na vida de uma nova maneira, com novos olhos, e para isso é bom fazer consultas individuais de maneira terapêutica e regulares- semanais, quinzenais, mensais.
Ou você pode participar como representante nos grupos presenciais, aprendendo com as constelações dos outros, Sempre toca em nós em algum ponto.
Costumo dizer: “se sentir o chamado no seu coração, Vai”.
Essa é a voz que mais faz sentido ouvir!
A grande maioria das pessoas querem “entender” o que é constelação para depois fazer, mas é exatamente o contrário, é preciso “vivenciar” para que as compreensões apareçam.
Aqui trouxe o mínimo de teoria para acalmar a mente agitada.
Consegui clarear?
Ficou com vontade de experimentar?
Surgiu alguma curiosidade?
Se tem alguma dúvida, escreva aqui para mim, vou me alegrar em responder.
Se este texto te ajudou, comente e compartilhe com um amigo ou uma amiga.
Se você quer fazer uma Constelação Familiar comigo, faço atendimentos online e presencial em Florianópolis, basta clicar no botão para agendar a sua:
Seguimos conectad@s!
Com amor,
Laís Gervásio
Comentarios